SIMONE TEBET . BRASIL "PRECISA DE GASTAR BEM O POUCO RECURSO QUE TEM DISPONíVEL"

Tebet, que intervinha no último dos dois dias de trabalhos da conferência empresarial promovida pelo Lide Brasil em Lisboa, destacou que o Brasil precisa de crescer e voltar a ser competitivo "gastando bem o pouco recurso disponível".

"Aprovar a reforma tributária, que há 30 anos tramita e dormita nas gavetas e nos corredores do Congresso Nacional, apresentar uma nova âncora ou um novo arcabouço fiscal para o Brasil para controlar os gastos e diminuir e `zerar` o défice fiscal que hoje está em torno de 2% do PIB brasileiro e, por fim, apresentar ao Brasil ainda este ano, o plano plurianual, aquele que irá conduzir os destinos do Brasil através da economia para os próximos quatro anos", enunciou.

Simone Tebet criticou duramente a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que disse ser "um timoneiro sem carta náutica" e defendeu que o Brasil "precisa de voltar a crescer, ser competitivo".

"O Brasil, depois de uma tormenta, retomou o lado certo da História. O Brasil, que eu sempre comparo a um verdadeiro transatlântico de bandeira verde-amarela, passou nos últimos anos por uma tormenta económica, social, política, institucional, sanitária, com um timoneiro que não tinha uma carta náutica e portanto não sabia ou não quis levar o Brasil a um porto seguro", acusou.

A ministra brasileira adiantou que o Brasil viveu nos últimos quatro anos "essas tormentas sem precedentes, especialmente na área sanitária, ainda tendo que conviver com `fake news`, com discursos de ódio, com destruição ao meio ambiente, com negacionismo de todas as espécies, de toda a forma, negando-se inclusive vacina, consequentemente negando vida", prosseguiu.

"A verdade é que diante dessa tormenta sanitária se agravou em muito a crise económica e não foi apenas por conta da covid-19. Resultado? 125 milhões de brasileiros vivendo hoje com algum tipo de insegurança alimentar, 33 milhões na mais absoluta pobreza", enumerou, referindo a seguir os cinco milhões de brasileiros que não procuram emprego "porque simplesmente não têm esperança de o encontrar".

"Mas seguida a tormenta veio a calmaria. O processo eleitoral trouxe de volta ao Brasil um democrata e antes, vivendo na barbárie, hoje nós vivemos na mais absoluta e plena democracia", vincou.

"Eu quero dizer aqui em alto e bom som, e publicamente para Portugal, para a Europa e para o mundo: Não faremos isso sozinhos. Precisamos reconetar-nos com o mundo, precisamos de Portugal, precisamos da Europa, como precisamos da América Latina. Estou falando especialmente não só do Mercosul, mas também da relação do Mercosul com a comunidade europeia", defendeu.

Daí que importa agora "arrumar a casa do ponto de vista fiscal, com emergência para se fazer o social", para que o país garanta as condições que "o mundo precisa para ter conforto de vir investir no Brasil", acrescentou.

Tebet disse ainda que o novo Governo brasileiro está a "oferecer ao mundo, aos parceiros não só públicos, mas também privados, segurança jurídica, previsibilidade, transparência e agilidade".

"Precisamos de gastar bem o pouco recurso que temos, o cobertor público. Ele é curto, não temos condições de atender todas as demandas, mas administrar também é escolher prioridade. E é isso que faremos sobre a determinação do programa de Governo do Presidente Lula, colocar não só o pobre no orçamento, mas a primeira infância, especialmente através da educação, colocar o jovem, colocar o idoso", salientou, considerando que "pior do que não gastar é gastar mal".

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