Reunimos um conjunto de etapas que poderão ajudar aqueles que pretendem sair da casa dos pais pela primeira vez, assim como para os que retornaram à casa dos pais, em última instância, e, no fundo, para as pessoas que ainda dependem financeiramente de pais ou familiares.
Ganhar independência financeira nem sempre é um caminho fácil para a maioria das pessoas e não é um processo imediato, visto que há várias situações que fogem ao nosso alcance e se tornam desafiantes. Ainda assim, reunimos um conjunto de dicas que poderão ajudar aqueles que pretendem sair da casa dos pais pela primeira vez, assim como para os que retornaram à casa dos pais, em última instância, e para as pessoas que ainda dependem financeiramente de pais ou familiares.
Primeiramente é preciso ter em conta a conjuntura social e económico-financeira que o país apresenta, pois é algo que deve estar sempre presente quando for elaborar o plano para ganhar independência financeira.
Para os jovens que pretendem sair da casa dos pais, isto é, passar a ter independência financeira pela primeira vez, vão encontrar alguns obstáculos.
Os jovens trabalhadores queixam-se dos baixos salários, da dificuldade em arranjar casa e pagar as contas são alguns dos problemas indicados. Recorrendo aos dados de 2021, anunciados pelo Eurostat, Portugal é o país em que os jovens tendem a sair mais tarde de casa. Em média de idades, os jovens saem da casa dos pais aos 33,6 anos.
O impacto da pandemia e da guerra na Ucrânia tornou a economia debilitante e afetou todos os setores, o que resultou em aumentos generalizados. Em Portugal, o salário não faz jus ao custo de vida e isto tem levado muitas pessoas a voltarem para a casa dos pais, por não terem outra opção.
O aumento dos preços dos combustíveis, do preço dos bens essenciais e o galopante aumento do valor da prestação da casa têm sido apontados como fatores.
"Pode ser muito frustrante para os pais e para o jovem adulto estar numa posição mais dependente do que a sua idade dita", admite à Associated Press (AP) Mariana Martinez, consultora de dinâmica familiar e vice-presidente da Wells Fargo Wealth and Investment Managment. "É útil ter em mente que houve circunstâncias extraordinárias que conduziram à sua situação atual".
Eis os passos ou dicas, de acordo com a AP, que o poderão ajudar a organizar a sua vida financeira para conseguir assegurar a sua independência a médio ou longo prazo.
"Pergunto a cada cliente com quem trabalho, 'Quais são os vossos objetivos, o que estão a tentar alcançar'?", diz Angela Moore, professora e treinadora financeira da Modern Money Education. "E a maioria das pessoas não sabe. Estão a tentar improvisar".
O primeiro passo é definir os seus objetivos.
"Quando escreve os seus objetivos, isto obriga-o a pensar realmente através deles e a ser intencional sobre o que quer fazer", diz Moore.
Traçados os objetivos, faça um plano de despesas mensais atuais, para efeitos de poupança, e futuras, para ter uma noção do que irá precisar para garantir a independência financeira.
Poderá recorrer à calculadora de despesas do site Doutor Finanças para ficar a conhecer os seus gastos e rendimentos ao pormenor e verificar se haverá margem para cortar nalguma despesa, de forma a elaborar uma poupança. Idealmente, precisa de anotar:
"Descubra o que precisa de fazer e quanto vai precisar em poupanças ou dinheiro ou rendimento para fazer as mudanças necessárias", esclarece a professora e treinadora financeira, Angela Moore.
Ao preencher a sua lista de despesas, atenta-se para as despesas fixas e variáveis. Determine quanto é que poderá gastar em cada tipo de despesa com base no seu rendimento.
Tendo as despesas anotadas, resta uma etapa importante e que é um autêntico desafio para alguns: poupar. Use as circunstâncias a seu favor, mas isso não significa uma série interminável de compras.
"Tenho um cliente que se encontra nesta situação e o fascínio de viver um estilo de vida bem-sucedido é forte", diz Kyle Newell, um consultor financeiro em Winter Garden, na Flórida. "Dizer que não às saídas ou encontrar alternativas para ainda se divertir é fundamental".
Poderá automatizar este processo optando por uma transferência direta de dinheiro para uma conta-poupança ou à ordem, em dias de pagamento, por exemplo. Precisa de analisar a melhor opção de depósitos a prazo que respondem aos seus objetivos de poupança.
Antes de sair de casa, deverá ter uma “almofada” de três a 12 meses de despesas de vida. Se os números forem avassaladores, comece com um mês e tenha como objetivo acumular até três meses. Pode parecer um exagero, mas é uma rede de segurança crucial.
"Para a maioria das pessoas, a razão pela qual estão nesta situação em primeiro lugar é porque não tinham esse fundo de emergência", diz Moore. "Precisa de ter isso no caso de algo acontecer financeiramente, de ainda conseguir pagar a hipoteca, renda e de ainda poder viver".
Com o plano de poupança em movimento, fazer uma lista de verificações de itens ou do que necessita na habitação é fundamental e facilitará o processo de mudança. Poderá, inclusive, classificar essas “checkboxs” por essenciais ou pouco essenciais.
Tente saber quanto custará a mudança e certifique-se de ter as finanças definidas antes de tomar qualquer decisão.
Se o dinheiro for problema, terá de recorrer a outras medidas para aumentar o seu rendimento, quer isso implique ter dois empregos ou o emprego e um part-time, procurar uma nova posição na empresa ou ter um segundo plano.
Antes de levar a cabo esta mudança de vida, deixamos-lhe uma lista de perguntas que deverá fazer a si mesmo, de acordo com o site The Guarantors: